Então, fica assim a história: eu
estava no restaurante quando ouvi o 007 pedindo um hamburger. Virei e era ele.
Ao meu lado. Lindo como nunca. Como sempre. Essa gente de Hollywood, sei lá,
não dá pra acreditar que eles existem mesmo.
Eu queria uma foto, um autógrafo,
qualquer coisa. Nunca entendi muito bem o que significa um autógrafo, mas ali
fez todo o sentido. Eu precisava provar que uma vez na vida, eu estive no mesmo
lugar, comendo o mesmo hamburger que o Sean Connery.
Ele pediu a conta, eu fiz o mesmo.
Quem sabe na espera pelo táxi, quem sabe ali eu poderia puxar um assunto. Uma
vez na vida nós dois, eu e Sean, estaríamos numa mesma situação chata, e
situações chatas unem as pessoas. "E esses táxis que nunca param na
chuva...", eu diria. E ele responderia algo como "Os taxistas de NY são
péssimos..". Essa foi uma fala bem ruim, ainda mais para o Sean Connery,
ele provavelmente falaria algo muito mais interessante. Talvez ele até me desse
um fora e tomar um fora dele já seria uma história para contar.
Eu poderia dizer para todo mundo
"Sean Connery? Um antipático." Adoro quando as pessoas fazem esse
tipo de comentário sobre gente famosa, julgando a criatura por aquele um
segundo, por aquele único encontro.
Eu levantei, ele ia levantar
também. Fui andando para a porta, ele já viria. Ali começaria uma inusitada
amizade ou quem sabe um grande amor. Eu ia aparecer na Caras, Sean Connery com
sua esposa brasileira. E a gente ia rir do tempo que era só uma fã querendo o
autógrafo dele. Essas coisas acontecem, não acontecem?
Mas não aconteceu. Em vez de ir
embora ele sentou outra vez e deu pra conversar com a garçonete. O táxi
demorou e aquela conversa com a menina não acabava nunca.
Meu táxi chegou. Fui embora e Sean
ficou. E esse foi o fim da história.
Pelo menos agora eu posso falar
com toda propriedade: "Sean Connery? Um amor de pessoa."
O cara ficou a noite toda
conversando com a garçonete e não é qualquer James Bond que faria isso.
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