Eu sei, não posso
acreditar em amor eterno. Estamos em 2012, não há mais tempo de esperar ou fôlego
pra se correr atrás de ninguém. Casamentos acabam e tudo certo, casa-se de
novo, os filhos sobrevivem.
Dizem por aí que
todas as Bodas de Ouro foram um martirio. Nossos avós, coitados, sofreram a
vida toda por se suportarem e agora sim, casando 17 vezes, vamos ser muito mais
felizes.
O amor eterno é o
papai noel dos adultos. (vai dizer que você não espera por ele todo dezembro?)
Um truque de Hollywood,
da Disney, da Globo.
É o latim dos
sentimentos: a gente ouviu falar que existe e é bonito, mas está em desuso, nem
vale a pena aprender.
Tão raro - um
unicórnio.
Eu sei disso
tudo, mas hoje meus pais fazem 39 casados e preciso confessar: eu já vi.
Nao é questão de
acreditar. Ele esteve ali na minha frente o tempo todo, acontecendo, respirando,
sólido.
Não era coisa de
novela nem nunca foi roupa de gala, que se usa só pra mostrar pros outros. Lá em
casa, o amor eterno sempre foi possível. (Você sabia que ele acontece toda
terça-feira?)
Mas nem por isso
deixava de ser romântico, nem por isso virou ordinário. O amor que meus pais me
ensinaram sempre falou francês e gostou de poesia.
Eu sei, eu nasci
em 1981, mas não tenho culpa se aprendi que isso existe.
Ali, na Praia do
Flamengo, no alto de um castelo, era uma vez. E viveram felizes para sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário